terça-feira, 21 de julho de 2009

O MOVIMENTO ESTUDANTIL E A BUROCRACIA ACADÊMICA por Tiago Araújo

É questionável como um movimento que, por sua postura teoricamente esclarecida, deveria ter um caráter independente e de luta - procura em uma fôrma estatutária a busca de uma dita “organização”, mas que em sua prática acaba por se deixar engessar e concomitantemente imobiliza todo um corpo estrutural em efervescência, que já funcionou por vezes como vanguarda, simultaneamente traindo a si próprio enquanto movimento estudantil. Tal fato foi visto recentemente na política de colaboração de classes aplicada pela burocracia nas ocupações que estouraram a partir de 2007 com a ocupação da USP, caracterizada pelos próprios órgãos estudantis como os C.A’s, os D.A’s e DCE’s das universidades brasileiras.
Experiências catastróficas resultam da articulação política de colaboração entre discentes e docentes, na busca de uma suposta “harmonia” ou de um “bem estar” acadêmico, gerando a partir daí uma desarticulação e a criação de obstáculos que não impedem, mas que dificultam a mobilização do corpo discente para o que de fato é de interesse coletivo. E não só aos acadêmicos, mas a toda a comunidade, que em várias circunstâncias corre o risco de ser privada do seu direito de acesso a uma repartição pública, de caráter educacional e constituída com os recursos de contribuintes brasileiros, como no caso da recém lançada portaria DCS Nº. 008/09.
Seria o C.A., o D.A. e o DCE legítimo, descentralizado, autônomo e democrático de fato, sendo representado por chapa única (“chapa branca”)? Claro que NÃO! A centralização do corpo em uma chapa única, por vezes, anula posicionamentos divergentes. O que teoricamente é explícito em sua aparência como uma composição abrangente e democrática, na prática é implícito, pois esconde interesses que não são comuns a um Centro Acadêmico - atingindo e esfriando também toda a força coletiva estudantil quando em seu mais alto grau de borbulho reivindicativo.
O que desperta maior atenção e repúdio é a insistência em se bater por vezes na mesma tecla e em não tendo o resultado esperado, ainda assim, os meios que se buscam através da burocracia estudantil é o que não corresponde aos interesses de nossa luta. Assim, propomos um movimento estudantil INDEPENDENTE, CLASSISTA e COMBATIVO! Deixando expresso aqui nossa critica a uma política de colaboração entre setores que integram, compondo com a diretoria da universidade: a vil burocracia acadêmica.

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